Esta semana enquanto estive a fazer de babysitter a 3 miúdos pequenos americanos, uma de 4, um de 5 e outra 8 apercebi-me de muitas coisas. Sempre adorei crianças, principalmente com estas idades, no entanto reparei que até as crianças de hoje em dia não sonham tanto como eu me lembro que sonhava.

Ontem levei um livro para colorirem, um livro com as princesas da Disney porque a mais pequena tinha-me dito que quando crescesse que queria ser uma princesa. Estávamos a pintar a princesa Ariel e o meu Blackberry começa a piscar o led cor-de-rosa, a mais pequenina pegou no telefone e veio dar-mo. Vi-a a olhar para o wallpaper do meu Blackberry e diz-me "You already found your prince charming. I hope I'll find mine someday, I want to be happy like you. I want to have a prince like yours". A mais velha disse-lhe que ela iria encontrar e ia ser muito feliz, mas ela não me pareceu muito convencida. Eu lembro-me de sonhar tanto quando tinha a idade delas, fazia todas as histórias de amor possíveis e imaginárias, pegava nas minhas Barbies e no Ken e começava a inventar, todos os dias vivia uma história de amor diferente na esperança que um dia uma delas se tornasse real. 

Já não gostam de brincar às bonecas, já não gostam muito de Barbies, só gostam de ver desenhos animados na televisão, ou séries no Disney Channel, não se fascinam com histórias de encantar como eu me fascinava, só querem ouvir músicas da LadyGaga, da Miley Cyrus ou do Justin Bieber, mas de uma coisa é certa, gostam de romances reais. Ficaram fascinados quando a mais velha mostrou um video do Justin Bieber a cantar para a Selena Gomez em pleno concerto.

São "gerações" diferentes e vão-se adaptando à mudança, e se calhar sou eu que sou demasiado apaixonada por histórias de encantar, por princesas e por fadas, sou eu que sonhei demasiado quando era criança. Já sinto a falta daqueles três piolhos traquinas que só queriam subir aos móveis, gritar e ficar acordados até depois da meia-noite.