Hoje venho falar-vos num assunto que pode não ser muito comum por aqui. No âmbito do Dia Mundial da Alimentação, venho falar-vos sobre um tema que deve ser explorado com alguma profundidade e que não é de todo mencionado muito em blogs e em redes sociais como twitter por exemplo. Durante 1 mês de análise foram encontradas apenas 72 referências nestas plataformas… 

Como sabem, perdi cerca de 20kg e sei que a obesidade é um assunto que assombra muitas pessoas. Aliás a obesidade é a segunda causa de morte passível de prevenção a nível mundial. No entanto, um estudo da GlobalHealth PR, revelou que os jovens pais e mães ainda não falam abertamente sobre este tema. Falemos então de quais são os riscos de saúde associados à obesidade? Uma criança obesa está em risco de vir a sofrer de sérios problemas de saúde durante a sua adolescência e na idade adulta.

Tem maior probabilidade de desenvolver doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes, asma, doenças do fígado, apneia do sono e vários tipos de cancro. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a obesidade é a segunda principal causa de morte no mundo que se pode prevenir, a seguir ao tabaco. São também graves os problemas sociais e psicológicos que enfrentam as crianças obesas, não é novidade que as crianças são gozadas na escola e são postas de lado por outros colegas precisamente por terem excesso de peso. Quantas vezes não me senti gozada por outras pessoas na escola, por outras colegas, mas como o meu feitio sempre foi mais despreocupado, nunca me deixei afectar muito, mas conheço muitos casos onde isso não acontece. As crianças perdem a autoconfiança, começam a ter sérios problemas de aprendizagem, pouca vontade de ir à escola e dificuldade em fazer amigos. Se não receberem apoio especializado poderão sofrer ainda de depressão ou outras doenças do foro psicológico quando atingirem a idade adulta.

Mas, quais são então as principais causas da obesidade? Os fatores que exercem a maior influência no desenvolvimento da doença são um comportamento alimentar incorrecto - A maioria das crianças faz uma alimentação com baixo consumo de fibras (poucos vegetais e fruta) e com excesso de açúcar (refrigerantes, bolos, doces, por exemplo), excesso de gorduras saturadas (batas fritas de pacote, por exemplo) e demasiado sal. Mais de 90% das crianças portuguesas come fast-food, doces e bebe refrigerantes, pelo menos quatro vezes por semana. Menos de 1% das crianças bebe água todos os dias e só 2% consome fruta fresca diariamente, são de facto números assustadores. Portugal é ainda um dos  países com maior índice de sedentarismo, realidade que se deve sobretudo ao aumento da insegurança  nas ruas que favorece a permanência das crianças em casa e o aparecimento de atividades lúdicas mais sedentárias entre as quais a televisão, os jogos eletrónicos, o computador e a Internet.

Influências Externas do Marketing e da Publicidade são outro factor que contribuem para a Obesidade Infantil, fazendo aumentar o consumo de produtos menos saudáveis e atrair a atenção das crianças para este tipo de produtos alimentares. De acordo com os resultados recentes de um estudo australiano, mais de 50% dos doze mil alunos inquiridos entre os 8 e os 11 anos, admitiu experimentar uma nova bebida quando esta era anunciada na televisão. A isto acresce o facto de a maioria das crianças não terem a capacidade de discernir entre publicidade e programação televisiva, sobretudo quando comparada com a programação infantil e, por isso, em alguns países existe já uma restrição à publicidade dirigida às crianças, seja qual for o seu suporte.

Segundo um estudo da DECO, realizado em 2004, a categoria de produtos mais publicitados, durante a programação infantil, é a dos bolos e chocolates, alimentos ricos em açúcar e gordura e portanto pouco interessantes numa alimentação saudável. É, por isso, importante reduzir o tempo que as crianças despendem a ver televisão, recomendando-se menos que duas horas por dia, o que hoje em dia não acontece. A classe socioeconómica os baixos rendimentos familiares e o elevado desemprego afectam a qualidade dos alimentos que são ingeridos e isso pode provocar a obesidade. A genética é outro factor, alguns estudos concluem existir 5 a 25% de responsabilidade genética na ocorrência de obesidade, desta forma o risco de obesidade é de 10% quando nenhum dos pais é obeso, 50% quando um dos progenitores é obeso e 80% quando os dois progenitores são obesos.


São de facto numeros assustadores e que infelizmente são reais, há cada vez menos cuidado com a alimentação porque as nossas vidas exigem que seja tudo feito na hora e rapidamente, não há tempo para comermos como deve ser, de podermos escolher os alimentos que ingerimos e o stress diário é outro factor que não ajuda à nossa saúde. Vamos reflectir um pouco mais sobre isto e pensar na nossa alimentação, nos nossos hábitos alimentares e começarmos a tomar conta de cada um de nós e dos que nos rodeiam, pela nossa saúde.