Já tenho recebido uma série de e-mails e de mensagens sobre o meu percurso. Sei que acompanham o meu percurso escolar e muitas de vocês vêm a parte boa, a motivação, mas nem sempre foi assim..

O meu ensino secundário foi sem dúvida uma das melhores fases da minha vida, embora tenha coincidido com aquela fase estúpida e parva do armário, fiz as amizades mais verdadeiras de sempre, guardo as melhores memórias de cada dia nas aulas, não queria que o fim-de-semana chegasse nunca e sempre que as aulas terminavam ao fim do dia, arranjava sempre desculpa de ir fazer algo com as minhas amigas, chegámos a fazer um musical na minha turma, fomos de viagem de finalistas, fizemos jantares e almoços de turma, de natal, acções de voluntariado com as pessoas mais desfavorecidas, angariámos dinheiro para a Casa da Criança entre muitas outras coisas que aliaram a diversão, a amizade com a solidariedade.

Foram três anos fantásticos que culminaram com um aviso do meu pai "Na faculdade não vais certamente fazer amizades que fizeste aqui" - na altura achei que foi algo muito cruel da parte dele e fiquei sentida com aquilo porque nunca se sabe o que se pode esperar no futuro (esqueci-me da parte que ele tem mais uns anos de sabedoria que eu, acho que me esqueço sempre dessa parte). Mas na verdade é que aqueles foram os três melhores anos da minha vida. Acabei por entrar na minha primeira opção e com uma boa média, entrei em Comunicação Social.

Os primeiros tempos de faculdade eram o máximo, havia liberdade para fazermos o que quiséssemos, os pais começaram a dar-nos mais liberdade, andávamos de transportes e íamos para onde queríamos, podíamos recomeçar do zero, adoptar um novo estilo, um novo guarda-roupa, uma nova maneira de ser. Mas, ao longo dos semestres a desmotivação instalou-se, as cadeiras eram complicadas, havia disciplinas que nem sentido faziam naquele curso entre outras coisas. No entanto fiz os 3 anos do curso e acabei por tomar uma decisão - aos 18 anos não temos maturidade suficiente para sabermos o que queremos fazer no futuro (apesar de na altura acharmos que sim e que somos os maiores porque já temos "18 anos"). Claro que não foram só coisas más, até foram mais coisas boas do que más, conheci professores fantásticos e aprendi muita coisa que me cativou, mas não me preenchia totalmente.

Decidi que o realmente queria fazer estava associado ao Marketing e à Publicidade. Depois de um Verão muito atribulado com muitos altos e baixos a saber se entrava ou não no curso que realmente queria, consegui. Não quis adoptar o caminho mais fácil e candidatar-me onde tinha a garantia que entrava, até porque e apesar de ter andado em colégios privados, no que toca ao ensino superior, o público é prestigiado e a minha faculdade está muito bem colocada a nivel europeu e também não é ao acaso que tem as médias mais altas dentro da área.

Podia simplesmente desistir e pensei muito nisso, mas não o fiz. Quis aprender com os melhores, quis aprender num ambiente que para além de ser descontraído, é profissional e nos prepara lindamente para o mercado de trabalho, conhecemos os professores e acabamos por criar uma relação de aluno-professor fantástica. 

Não se limitam só a "despejar" matéria, ajudam-nos a crescer e lançam-nos para o mercado de trabalho - muitos dos grandes alunos da nossa faculdade acabam por trabalhar nas empresas dos professores que lá leccionam. Confesso que estou a adorar, estou mesmo. É de facto algo que me cativa de verdade e que me faz querer saber mais e procurar mais sobre o assunto. É dificil, é verdade. Requer esforço, outra verdade, mas o que é a vida sem um desafio? E digo-vos que estou a ter the best days of my life e só tenho a agradecer aos meus pais e professores por me terem dado na cabeça todos os dias do meu secundário para estudar, para me empenhar e para me esforçar para ter uma média alta. 

E hoje digo-vos que orgulho-me muito da minha faculdade, dos meus pais e do esforço que fui fazendo para me aguentar no primeiro curso (cheguei a passar por uma fase complicada por causa de pessoas de mau caracter e invejosas), mas superei com a ajuda das pessoas certas. Achamos que os pais são chatos quando nos dizem para irmos estudar, quando nos dão na cabeça quando temos uma nota baixa, mas de facto eles têm mais uns anos de experiência que eu e sabem perfeitamente do que estão a falar e só lhes tenho a agradecer por todas as dores de cabeça que me deram e que me vão dando, porque sem isso, não estaria hoje numa faculdade bem posicionada, com prestígio e não teria a oportunidade de fazer o que realmente me preenche.

Se há uma coisa que eu aprendi com o meu pai, é a não desistir. Ele é o meu grande professor! E quero que saibam disso, que podem passar por dificuldades e que pode ser um pesadelo para vocês, mas não desistam dos vossos sonhos. Não se acomodem, procurem o melhor, sempre!