Mordias-me e choravas a seguir. Andávamos às turras e a seguir íamos brincar com o Playmobil. Gritávamos um com o outro e a seguir íamos ver o Canal Panda juntos ou o Cartoon Network. Somos irmãos, toda a gente sabe que os irmão andam às turras e que se odeiam de morte.. Até uma certa idade. O meu irmão é a minha pessoa, é quem eu adoro de MORTE, adoro de morte chatear, adoro de morte ir para o quarto dele e ficar lá com o portátil só para ter a companhia dele. Adoro de morte estar com ele, viajar com ele e passar férias com ele. É com ele que adoro ir às compras, com ele que adoro passar dias e dias seguidos sozinhos em casa a fazer-mos o que nos apetece.
Ele era tão pequenino e tão gordinho e agora é o que se vê. Cresceu de um minuto para o outro e fala comigo como se eu estivesse no andar de baixo. Mas é o meu melhor amigo, não é de muitas palavras, mas quando fala, fala a sério e diz o que pensa quando acha que tem de dizer. É o meu maior orgulho, o meu amigo, a minha pessoa. Aceita-me tal como sou, é sincero e é directo, não é de meias palavras. É estranho e tem ataques e é disso que mais gosto nele, dos ataques e de quando voltamos a ser os dois crianças porque de volta e meia adoramos pregar partidas aos pais, ou até mesmo um ao outro, adoramos assustar-nos um ao outro - uma vez ia morrendo de morte, quando se escondeu no escuro e me desata a correr à minha frente no corredor e a gritar, ia tendo um ataque.
Era com ele que brincava às escondidas e que, como tinha imensa paciência desistia de o procurar ao fim de 2 minutos e perguntava "Pê estás onde?" e ele respondia "Aqui escondido na casa-de-banho", era com ele que passava horas no quarto dos brinquedos e com ele que desarrumava o quarto todo. É ele que me faz companhia, que me percebe e que me ouve. Era com ele que brincava às cidades - abríamos os chapéus de chuva todos e mais alguns dentro de casa no chão e fazíamos casinhas e tendas com eles, era com ele que andava de trotinete na sala antes da minha mãe chegar a casa, caso contrário éramos dois seres mortos. Foi com ele que me escondi no armário dos pais e quase fizemos que o meu pai chamasse a polícia para ir à nossa procura, é com ele que todos os anos ando à procura dos presentes de Natal e tentamos arranjar a chave da arrecadação.. É com ele que faço os maiores disparates de sempre. É a minha criança, será sempre o melhor irmão que alguém se pode ter. Estás grande criança, estás mesmo!
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