O mês de Dezembro é sempre um alvoroço, não só por causa do Natal mas porque as 3 das pessoas mais importantes da minha vida fazem anos neste mês. Hoje, dia 10 é o dia da minha mãe. 

É a minha mãe que me melga o juízo vezes e vezes sem conta para eu vestir um casaco quando está frio, que me faz o relatório do boletim metereológico para não me constipar - e mesmo assim é o que se vê - que me mete arroz no prato quando não quero comer hidratos, é a minha mãe que me chateia para arrumar o quarto, que me lembra que é dia de mudar de toalhas, que me faz um interrogatório sobre o que almocei, onde almocei e com quem almocei, é a ela que chamo chata e que rogo pragas quando tenho mau feitio e já não a posso ouvir. É ela com quem mais discuto e com quem mais choco. 


Mas é ela que me acalma quando estou triste, é a minha mãe que me abraça quando mais preciso, que me diz todas as manhãs com um sorriso na cara "Bom dia Juju!", é ela que canta comigo no carro, que me ajuda quando cometo um erro, que acorda a meio da noite para tomar conta de mim quando estou doente, que se ri quando entorno coisas, que se ri quando sujo a toalha, que não grita comigo, que me deixa chateá-la o tempo todo, que me deixa chamar-lhe os nomes mais absurdos que me vêm à cabeça. É com ela que adoro ir às compras, que adoro ir à ZARA Home e falar de coisas de mulheres, é com ela que adoro partilhar o que comprei e ver o que ela comprou, é ela que adoro chatear com mensagens, é com a minha mãe que rio à gargalhada, que me assusto com as suas previsões do futuro. É nela que me adoro encostar no sofá, é com ela que adoro falar de tudo, é a ela que adoro fazer um bom "moche" ao Domingo de manhã. É com ela que adoro falar das minhas coisas e é com ela que adoro sonhar alto. Foi ela que dormiu no sofá da CUF quando lá estive internado, que entrou em pânico quando tinha semanas da vida e tive convulsões gravíssimas. Foi ela que me levou a ver o Pai Natal todos os anos nos centros comerciais,  que via todos os filmes e mais alguns que iam para o cinema, que me fazia partidas e que me fazia acreditar que se transformava em mosca e por isso sabia tudo o que fazia quando estava na Infantil. Que me fez acreditar nas princesas, nos contos de fadas e que os sonhos se realizam. Foram os meus pais fantásticos que me fizeram acreditar que tudo é possível, basta acreditarmos e lutarmos por isso. 

Porquê? Porque não há ninguém como ela, ninguém. Não há ninguém que desenhe como ela, não há ninguém com umas mãos tão bonitas como as delas, não há ninguém com um feitio como o dela. Não há ninguém que desenvolva projectos como os dela, não há ninguém em quem tenha mais orgulho naquilo que fez e em todos os anos que trabalhou em Publicidade, não há ninguém melhor que ela. Não há ninguém que invente receitas como as dela, não há ninguém que faça melhor o molho de tomate para a massa, não há ninguém que faça uma lasanha melhor do que a dela, ou um bolo de chocolate. Tantas coisas que ninguém faz melhor do que ela. 

Lutou, venceu o cancro. Tive tanto medo, tanto, mas tanto medo e agora está aqui e apesar de todas as nossas divergências, agradeço por a ter ao meu lado. Lutou, conseguiu o que queria. Teve coragem, tem muita coragem e aventura-se. Deixou-nos a todos aterrorizados, mas está aqui hoje, hoje com 47 anos e vai continuar bem ao meu lado porque foi ela que, com o meu pai, me puseram neste mundo maravilhoso e que é feito de coisas fantásticas, não há nada mais fantástico do que uma família equilibrada, divertida e amiga. Não há nada melhor do que isto, o mundo é feito de coisas boas, a minha mãe, o meu pai e o meu irmão são 3 das muitas coisas que tenho de melhor na minha vida e sem eles, não seria a pessoa feliz que sou hoje. 

Há tanta coisa a dizer sobre ela, oh quanta coisa, podia ficar aqui o resto do dia, quem a conhece sabe bem tudo o que ela é, e ela também sabe tudo o que é para mim. Não há ninguém que faça melhor o trabalho de mãe do que ela, não há. É a minha mãe, Susana - a melhor.