Na semana passada andei a ler um case study sobre a marca American Apparel e não fazia ideia que a marca tinha sofrido um enorme colapso nos últimos anos devido à publicidade e comunicação demasiado sugestiva e considerada pornográfica. Para quem não conhece a marca American Apparel, nasceu em 1998 nos Estados Unidos, em Los Angeles pela mão de Charney. A American Apparel é conhecida pelas suas campanhas com modelos reais, sem retoques ou edição de imagem, conhecida ainda pelos seus produtos todos made in USA e por algumas causas e preocupações ambientais e sociais, usam algodão orgânico e trabalham com energia solar. 

Contudo, nos últimos anos a marca tem sofrido alguns ataques por parte dos consumidores e principais clientes face à publicidade, sendo que tem tido ainda alguns processos em cima relacionados com assédio sexual e outros assuntos do género. A publicidade da American Apparel tem, de facto, usado modelos reais e em posições sugestivas mas a empresa vem defender-se disto dizendo que o objectivo de usar mulheres reais é o de defender a pressão que as mulheres sofrem hoje em dia de tentarem atingir a perfeição e por isso mesmo a marca aplaudia a beleza natural das mulheres e colocava as mulheres em posições que são consideradas como a beleza natural delas. Confesso que fiquei um pouco chocada, até porque até ter lido o texto tinha uma ideia diferente da marca, se bem que em Portugal não temos acesso à publicidade da marca diariamente, mas se entrarmos no site ou pesquisarmos conseguimos ver algumas modelos em poses sugestivas o suficiente para comprovarmos o que foi escrito e o que se passou com a marca. 






A verdade é que a marca sempre foi conhecida pelas suas t-shirts e sweatshirts e por roupa jovem e dinâmica, entrando agora num campo mais sexual. Na verdade há opiniões e testemunhos de pessoas que na sua mente, a American Apparel é uma marca que deve ser elogiada pelas suas causas que defende, pelas preocupações ambientais e pelo facto de ser feita Made in USA. Se a marca tinha esta visão tão boa por parte das clientes, qual era a necessidade de a ter desmoronado desta maneira através da publicidade cada vez mais evidente? Só o facto de usarem modelos reais, como pessoas encontradas nas ruas de Los Angeles e sem retoques ou edição de imagem, tornava a comunicação única e facilmente a associávamos à marca. De facto as campanhas da marca são bastante fortes, será que havia necessidade de serem tão empactantes quanto são, tendo em conta que era uma marca prestigiada e bem vista pelos clientes e pelos americanos? 

Será que cada vez mais é preciso entrar no campo do sexo para vender? Na verdade o sexo vende, mas será que nos dias de correm é necessário dar origem a um desmoronamento das marcas para conseguirmos vender mais? Aqui o que conta é o factor choque e sim, a publicidade fica na mente do consumidor, mas acaba por confundi-lo e perde-se a identidade da marca.